«POMBALINO»: JÁ PROVOU?

BOLO-DELÍCIA ALGARVIO DESENTERRADO DOS ESCOMBROS

Naturalmente o leitor não pode imaginar que um bolo regional algarvio, por enquanto praticamente desconhecido dos gastrónomos especializados em iguarias, que tal, o deixaria de água na boca e de tão saborosos. Escrevemos «por enquanto» por estarmos convencidos pelos argumentos irreversíveis de uma prova esclarecedora, «in loco», mas não ignorando que o produto só agora vai começar a ser comercializado à escala Nacional (e Internacional, certamente). Se vos adiantarmos que os sabores algarvios da amêndoa, do figo e da alfarroba, com um cheirinho de aguardente de medronho, aí interferem decisivamente, já fornecemos uma pista.

O nome que o antetítulo anuncia também deixa fantasiar um pouco, mas se relembrarmos que o «fenómeno» acontece em Vila Real de Sto. António, já o termo «pombalino» faz sentido. Pelo menos para os mais eruditos, sabedores de que a cidade onde o Guadiana se despede, antes de entrar no mar, não mais é do que a antiga «Vila Pombalina» obviamente imaginada, nas suas ruas geometricamente traçadas e demais tipicíssimos, pelo modelo da época do Marquês de Pombal, que a erigiu. Portanto, nada de mais coerente que essa iguaria, que se prepara para constituir mais um ex-libris da terra ja devidamente baptizada.

Naturalmente que tudo isto é bastante interessante, mas, já agora, que as palavras são como as cerejas, aqui está um simples e delicioso bolo a desencadear toda uma completa história, já que a cultura pode igualmente constituir iguaria para muitos.

Por exemplo, sabiam que, antes de se chamar Vila Real de Stº António e muito antes de ser considerado cidade, o pequeno aglomerado piscatório de então, tinha simplesmente o nome de Sto. António de Arenilha. Isso porquê? Porque, vista do outro lado do Guadiana, a vilória sobressaía pela sua areia muito branca, em contraste com a terra escura andaluza.

Para a construção imaginada pelo Marquês, eram necessários operários. Eles foram convidados e incentivados em todo o País, incluindo muitos presos de pequenos delitos, a quem, em troca da mão-de-obra, era concedida amnistia. Nesse tempo, claro, meados do século XVIII, os transportes estavam longe dos «inter cidades», as distâncias eram de dias de viagem, muitos que deslocados traziam as famílias, a Vila depressa cresceu e se tornou numa espécie de entreposto comercial: trocava-se o peixe pelos produtos da terra, não havia gelo, funcionava o sal como conservante, tudo se permutava. Os frutos, figos, amêndoas, alfarrobas, eram transformados ao sol e depois moídos. Hoje, quando saboreamos os deliciosos bolos, nem nos lembramos de tudo isso…

… E FOI UM «AMERICANO» QUEM DESCOBRIU O NEGÓCIO

Em Junho de 1989, o comerciante em restauração Luís Camarada, regressado depois de dez anos nos Estados Unidos, tomou um estabelecimento da especialidade, a que daria o nome de «Restaurante Coração da Cidade». Mais tarde, alargando o negócio e embora isso nada tivesse a ver com a profissão, mas sendo um apaixonado pela história e pela cultura, ficou conhecedor da versão do nascimento da actual Vila Real de Sto. António.

Vizinha do edifício ficava uma casa, em muito mau estado de conservação, que lhe despertou o interesse. Dar-lhe-ia, depois de comprada, o nome de “Churrasqueira Arenilha”. Homem decidido, dentro da boa escola americana, Luís Camarada começou a restaurar, sobretudo o soalho, que decidiu substituir por um pavimento designado por «Santa Catarina», espécie de azulejo típico da terra. Foi quando o pedreiro, esburacando o chão, lhe chamou a atenção para uns papéis amarelados e meio destruídos, com escritos algo estranhos, segundo a linguagem da época pós terramoto de 1755. Sempre curioso, Luís Camarada quis decifrar o conteúdo e para isso recorreu aos favores de um cliente do estabelecimento, professor de inglês, homem de cultura acima da média, que interpretou os escritos como os de uma receita tradicional setecentista, talvez da família do «massapan» estrangeiro. Que, de certeza, vai integrar o mercado das guloseimas algarvio.

Singelamente o feliz e imaginoso comerciante explica: «Guardei a receita de 1995 até agora. Recentemente abri uma fábrica de bolos e o 'pombalino' vai mesmo ser a vedeta!»

 

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